ENSINO SERVIÇO COMUNIDADE
Academicos Mauricio e Stephania |
Estagiária Amanda - Odonto |
Estagiária da Odonto Amanda |
Farmacêutica Vanessa e Estagiária de Farmácia Raissa |
A nossa unidade reconhece a importância da inserção de acadêmicos, internos e residentes de diversas categorias profissionais
RESIDENTES DE ENFERMAGEM VICTOR E ALEXANDRA(UNIRIO) |
ACADÊMICA MEDICINA DEBORA (UGF) |
OFICINA DE
MAPEAMENTO POPULAR DIA 18-07
Com o objetivo de inserir a população no
processo decisório sobre as ações de saúde no território de abrangência da
Clínica da família Isabel dos Santos foi proposta no dia 18 de julho de 2013
pelos profissionais do programa de residência em saúde publica da UNIRIO uma
atividade com moradores representantes dos quatro territórios adscritos da
clínica (Engenho, Polônia, Céu azul e Dois de maio).
A atividade denominada “oficina de
mapeamento popular” contou com cerca de 40 participantes do grupo de ginástica
da clínica, agentes comunitários de saúde dos quatro territórios adscritos,
agentes de vigilância em saúde, residentes e profissionais de saúde da unidade.
O método utilizado para a participação da
comunidade no reconhecimento dos riscos e vulnerabilidades enfrentados foi
baseado na prática dialógica e na problematização das ideias, de acordo com a
percepção que as pessoas manifestaram durante a apresentação da oficina e na
ordem em que os problemas emergiam do discurso da população.
Em um primeiro momento os moradores identificaram as
principais doenças que ocorrem no território segundo a percepção de cada
indivíduo presente, levando em conta seus familiares e vizinhança, cada morador
pôde votar nas três doenças de maior ocorrência na área, esta identificação foi
oral e todos os presentes falaram acerca de suas percepções sobre a situação de
saúde das pessoas que vivem e trabalham na localidade.
Após este levantamento os moradores foram separados
em grupos de acordo com o território adscrito em que vivem, os territórios
apresentam especificidades que se inserem em diferentes contextos
socioambientais e culturais, por exemplo, o território da Polônia é composto
quase que em sua totalidade por um tecido urbano com construções de alvenaria
características de classe média, enquanto isso o território da Dois de maio apresenta
uma área favelizada, com maior aglomeração de pessoas e moradias precárias.
A segunda parte da oficina propôs uma
atividade de identificação visual de ameaças, riscos e vulnerabilidades
presentes no território que afetam ou podem afetar a saúde de todas as pessoas
da comunidade e não apenas o indivíduo. Com o objetivo de análise do contexto
socioambiental que se inserem os grupos participantes. Foram oferecidas
revistas e materiais de papelaria para que os participantes pudessem
reconhecer, recortar e colar as situações vividas por outras pessoas que se
enquadram em sua realidade e representam algum risco para a situação de vida e
saúde no território em que ela vivem.
Cada grupo
construiu uma representação visual dos problemas enfrentados no cotidiano pela
população de cada território adscrito acompanhado pela clínica, muitos
problemas se repetem em todas as equipes apresentando um inter relação inerente
ao processo de urbanização acelerado e sem planejamento ocorrido em todo o município do Rio de Janeiro.
Após a construção de “quadros” com imagens
entendidas como comuns no cotidiano da população, estas foram organizadas e
expostas, por território adscrito para todo o grupo com a finalidade de
consolidar e investigar: os principais pontos negativos presentes em cada
território, os principais problemas comuns a todos os territórios que preocupam
a população residente e priorizar os problemas de acordo com a opinião da
maioria dos representantes.
Abaixo serão apresentados os resultados
obtidos durante a oficina de mapeamento popular, com diagnósticos relacionados
ao reconhecimento de problemas enfrentados e percebidos pelas pessoas que
acabam por interferir em suas condições de saúde e modo de vida.
·
Diagnóstico dos principais problemas de saúde que afetam os
indivíduos do território de abrangência da Clínica da Família Isabel dos
Santos, segundo a percepção dos participantes do grupo ligado ao programa academia
carioca, desenvolvido pela unidade.
1 –
Hipertensão;
2 – Alergias
e doenças osteoarticulares;
3 – Gripe ou
resfriado;
4 – Depressão;
5 – Dengue, asma
e dependência química;
6 –
Diabetes, sinusite, estresse, catarata, anemia e tuberculose.
·
Diagnóstico dos principais problemas socioambientais que
afetam a comunidade dos territórios adscritos da Clínica da Família Isabel dos
Santos, segundo a percepção dos participantes do grupo ligado ao programa
academia carioca, desenvolvido pela unidade.
Território
Adscrito Engenho
|
Território
Adscrito Polônia
|
População de rua;
Dependência química;
Abandono de idosos/crianças;
Tráfico;
Poluição do ar;
Brigas de vizinhos;
Condições precárias de trabalho;
Prostituição.
|
Vans na calçada;
População de rua;
Lixo;
Violência;
Mosquitos;
Brigas de vizinhos;
Falta de alimentos;
Tabagismo.
|
Território
Adscrito Dois de Maio
|
Território
Adscrito Céu Azul
|
Lixo nas
ruas;
Dengue;
Pobreza;
Violência;
Dependência
química;
Abandono
de idosos/crianças;
Lixo no
rio;
Problemas de pele;
AIDS; Tuberculose. |
Lixo nas
ruas;
Infestação
por ratos;
Violência;
Moradias
precárias;
Dependência
química;
Abastecimento
de água ineficaz;
Água
parada;
Poluição
sonora.
|
·
Prioridades apontadas pelos moradores em relação aos
problemas socioambientais:
1 – Lixo nas
ruas
2 –
Violência
3 –
Dependência química
Os
resultados da oficina foram apresentados durante a reunião do Colegiado Gestor,
participaram da reunião a gerente da unidade, profissionais de saúde, uma
residente de saúde pública, presidentes de associações de moradores, líderes
locais, representante da Comlurb, comerciantes, políticos e moradores que vivem
e/ou trabalham no território de abrangência da Clínica da Família Isabel dos
Santos.
Durante a reunião foram identificadas as possibilidades e
potencialidades presentes no território capazes de minimizar ou eliminar os
problemas identificados durante a oficina, como resultado foram pactuadas as
seguintes metas para intervenção no principal problema identificado e de
ocorrência citada nos quatro territórios adscritos da área – o lixo nas ruas:
1 – reunião para construção de estratégia
educativa, com líderes locais e representantes da unidade de saúde, capaz de
provocar e estimular a mudança de alguns hábitos culturais que contribuem para
a presença do lixo nas ruas através da divulgação do horário de coleta e
organização do descarte do lixo domiciliar.
2 – planejamento de um mutirão de limpeza para a
comunidade Dois de maio através de parceria da Clínica da Família com a
COMLURB.
Alexandra Matias da Silva
Enfermeira Residente do Programa de Saúde Pública da UNIRIO
Enfermeira Residente do Programa de Saúde Pública da UNIRIO
Especialista em Vigilância em Saúde Ambiental – ENSP/FIOCRUZ
Aluna do Curso de Especialização em Saúde da Família – UNASUS/UFMA
E mail: shandamatias@hotmail.com
A atuação da equipe saúde da família na atenção ao usuário de drogas: uma experiência motivante
Caracterização do problema:
A realidade das equipes de atenção básica demonstra que,
cotidianamente, elas se deparam com problemas de “saúde mental”. Diante
disso, essa experiência representa o reconhecimento dos resultados
positivos alcançados pelos profissionais da atenção primária frente à
drogadição. Descrição da experiência: SMBT, sexo feminino, 57 anos, tabagista,
foi acolhida no tratamento intensivo do fumante da Clínica da Família
Izabel dos Santos do município do Rio de Janeiro em agosto de 2010.
Durante a anamnese do fumante negou uso de outras drogas, parou de fumar
após duas sessões de grupo, apresentando síndrome de abstinência, mesmo
depois de otimizado tratamento medicamentoso. Afastou-se da manutenção,
voltou a fumar. Retornou à clínica em demanda livre em novembro de
2010, quando relatou o uso de cocaína. Foi
aplicado o Teste de triagem do envolvimento com álcool, cigarro e outras
substâncias (ASSIST), posteriormente discutiu-se o resultado realizando
o contrato terapêutico e sensibilização através de informações claras e
sem preconceito sobre os riscos do uso da substância, além da
vinculação dos problemas atuais vivenciados. Foram identificados as
situações de uso e os fatores motivacionais que favorecem o consumo,
pensando-se em mudanças de práticas e rotinas. A paciente não aderiu ao
encaminhamento para o centro especializado de tratamento de usuário de
drogas. Portanto, o caso foi discutido com a paciente através de
consultas semanais com a enfermeira e a médica da ESF, e com a equipe de
saúde mental através de rodas de conversas. A equipe se mostrou
disponível para ouvir e continuar a discutir o assunto, encorajando-a
para que se sinta no autocontrole, com confiança nos recursos de que
dispõe. Efeitos alcançados:
Estabeleceu-se o vínculo entre a equipe e a paciente e entre a equipe
de atenção primária e a equipe de saúde mental. A paciente mostrou-se
motivada com o suporte encontrado e foi diminuindo o uso da cocaína
gradativamente. Atualmente, refere ter interrompido totalmente o uso de
cocaína há um mês e estabeleceu como próxima meta a abstinência do
tabaco. Recomendações:
A discussão de projetos terapêuticos singulares que contemplem o
cuidado do dependente químico na atenção primária, sob apoio matricial, é
fundamental, principalmente nos casos em que os dependentes se recusam a
ir a outros centros por uma questão de vinculação à ESF.
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